segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Epílogo

Se vc acha que dá para respirar ainda, você se engana. O nome. O nome do sonho agora não me pertence mais. Do filho que nunca estará na minha barriga, da história que não sei por que insisti em sonhar antes mesmo dela só se realizar na sua vida. Apesar de o sonho ter sido meu, você o realizou com outra. Em que momento isso me foi saqueado, tirado, furtado? E porque o nome? No sonho, eu deitada no seu colo, tinha ela em meu ventre. Agora ela nasceu no ventre de outra no mesmo dia que me perguntam se tenho mesmo capacidade de ser mãe. Se ainda não tinha entendido nada dessas minhas vidas de mentira, todas elas, acho que agora só sendo muito burra mesmo para não sacar. Só me pergunto, caralho, o que fazer da porra da minha vida agora. Olho em volta e isso tudo só faz algum sentido se fosse para o meu sonho chegar. Mas sendo ele negado a mim, não vejo razão alguma para continuar com nada desse modelo que aceitei construírem para mim.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

30. fim

sim. talvez eu seja mesmo a última romântica.
ou inexplicavelmente insistente...

a teimosia e o exagero são sim as minhas melhores qualidades.

29. sonho

mais ou menos assim.

28. Saturno

só porque é lindo. mesmo.

#pedidos de casamento em cabines fotográficas#




http://www.freedating.co.uk/articles/worlds-most-romantic-photobooth-snaps.html

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

27. De quando não mais se espera, não mais se acredita



Essa coxa pesando agora sobre a minha não é real. Esse ronco não é real.
Eu falei que você não voltaria à minha cama se não fosse para dormir. E você voltou, mais para dormir do que para sonhar. E mesmo assim sonhamos. Mas não é real. De novo, mais uma vez, entre sussurros de não crença por ainda e por como, apesar de tantos pesares e “pra sempres” que repetimos e genuinamente acreditamos. Nisso, que não é real. Mas parece tanto...

Antes de dormir, você me aconchega em seu ombro. Me puxa para perto me pedindo para ir embora. Para longe. Ouro Preto, São Paulo, meio de qualquer mato estranho. Mas que eu vá para longe de você. E eu te beijo e falo, simples, sem mais nenhuma dor, que somos um sonho. E sonhos, mesmo abandonados, a gente carrega para sempre. E que o que me resta desse sonho é uma vontade de ter sido. Qualquer coisa. De ter sido alguma coisa com você.

E você dorme e ronca e pesa seu corpo adormecido sobre o meu. E eu sei que devo repetir como um mantra que isso não é real. Não é real. Não é real. E repito. Mas parece tanto... Mas não acredito mais. Sei que amanhã você estará de volta para o seu mundo e eu para o meu. E que assim seja.

Na madrugada gelada meu corpo sua de calor. Destemperado. Não durmo, não sonho. Entro num transe estranho e desperto. Incrédula com o elo. De ser você aqui, sem eu te chamar. Você aqui, frágil. E me vejo querendo cuidar de você. Cuidar das dores que sempre te encorajei a encarar, a sentir. Mas nada, nada posso fazer a não ser te acolher.

Sei que hoje somos algo belo que não tem nome, nem classificação. Mas que é muito. Um elo que não preenche mas sempre se mostra firme.

Sonhos impossíveis perdem a graça. A realidade é tão ou mais necessária que a fantasia. Isso eu já aprendi. Você me ensinou.

Acordo com Beto tocando na rádio. Sim, claro, foi só um sonho.
Água quente não é café.
Desperto então. Foi um sonho bom. Nele você vinha. Nele nós éramos dois.
Teria sido lindo.
Mas não foi.


(Se eu contar ninguém acredita. Nem eu acredito. Parece filme.)

26. sobre se acostumar

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

25. da honestidade

‎"Taras, versos, tortas de palmito e risadas. Isso é tudo que posso oferecer. E trovões, muitos trovões."

(Gabito Nunes)