segunda-feira, 22 de agosto de 2011
27. De quando não mais se espera, não mais se acredita
Essa coxa pesando agora sobre a minha não é real. Esse ronco não é real.
Eu falei que você não voltaria à minha cama se não fosse para dormir. E você voltou, mais para dormir do que para sonhar. E mesmo assim sonhamos. Mas não é real. De novo, mais uma vez, entre sussurros de não crença por ainda e por como, apesar de tantos pesares e “pra sempres” que repetimos e genuinamente acreditamos. Nisso, que não é real. Mas parece tanto...
Antes de dormir, você me aconchega em seu ombro. Me puxa para perto me pedindo para ir embora. Para longe. Ouro Preto, São Paulo, meio de qualquer mato estranho. Mas que eu vá para longe de você. E eu te beijo e falo, simples, sem mais nenhuma dor, que somos um sonho. E sonhos, mesmo abandonados, a gente carrega para sempre. E que o que me resta desse sonho é uma vontade de ter sido. Qualquer coisa. De ter sido alguma coisa com você.
E você dorme e ronca e pesa seu corpo adormecido sobre o meu. E eu sei que devo repetir como um mantra que isso não é real. Não é real. Não é real. E repito. Mas parece tanto... Mas não acredito mais. Sei que amanhã você estará de volta para o seu mundo e eu para o meu. E que assim seja.
Na madrugada gelada meu corpo sua de calor. Destemperado. Não durmo, não sonho. Entro num transe estranho e desperto. Incrédula com o elo. De ser você aqui, sem eu te chamar. Você aqui, frágil. E me vejo querendo cuidar de você. Cuidar das dores que sempre te encorajei a encarar, a sentir. Mas nada, nada posso fazer a não ser te acolher.
Sei que hoje somos algo belo que não tem nome, nem classificação. Mas que é muito. Um elo que não preenche mas sempre se mostra firme.
Sonhos impossíveis perdem a graça. A realidade é tão ou mais necessária que a fantasia. Isso eu já aprendi. Você me ensinou.
Acordo com Beto tocando na rádio. Sim, claro, foi só um sonho.
Água quente não é café.
Desperto então. Foi um sonho bom. Nele você vinha. Nele nós éramos dois.
Teria sido lindo.
Mas não foi.
(Se eu contar ninguém acredita. Nem eu acredito. Parece filme.)
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
25. da honestidade
"Taras, versos, tortas de palmito e risadas. Isso é tudo que posso oferecer. E trovões, muitos trovões."
(Gabito Nunes)
(Gabito Nunes)
24. Message in a bottle

Ato 1. Antes
Eu fugi porque eu te disse que ainda não poderia ser.
Eu fugi para ter controle sobre o que eu vi acontecendo desde o momento que eu te vi.
Eu fugi porque eu tenho o dom de prever o futuro
Ato 2. Início
“Do you remember that day when our eyes first met?”
Ato 3. Durante
[“se você vier pro que der e vier comigo...”]
“Podia falar de quando te vi pela primeira vez sem jeito de repente te vi assim como se não fosse ver nunca mais. Seria bom que eu não tivesse visto nunca mais porque de repente vi outra vez e outra e enquanto eu te via nascia um jardim nas minhas faces.” Caio F.
Ato 4 Do Pavor da Certeza
Reescreve a minha história
Desfaz meu karma.
[“você caiu do céu, um anjo lindo que apareceu...”]
Ato 5. O adeus previsto – Não tinha (eu, você, nós, o mundo) fôlego
PERFEITO ATÉ NO FIM
- O que mais tenho medo é de nunca mais escutar a voz dele...
***horas depois ***
- Não lembro mais de como era a voz dele. É incrível o que o corpo, a memória faz para nos proteger. Não posso sentir falta/saudade do que já nem me lembro mais... Será?
[“não estou disposto a esquecer seu rosto de vez. e acho que é tão normal.”]
Ato 6. A não aceitação
E sai na rua com o chapéu dele na cabeça. Não para proteger da chuva, motivo pelo qual ele o emprestou. Mas para proteger do frio que o corpo agora sente.
[“foi tão lindo. foi. e eu nem me lembro o que veio depois.”]
E ela já começa a esquecê-lo. E não sabe se isso é tão o mais triste do que não tê-lo mais.
Ato 7. Depois do fim.
- Eu vou falar o que você sempre quis ouvir
- Então diz logo. Agora. Diz pra mim o que eu sempre quis ouvir antes que eu não me lembre mais.
“Em que nova galáxia posso te encontrar outra vez?”
Ato 8. Da eternidade
Para sempre ficou na memória a doçura e a pimenta daqueles dias.
23. sobre o que eu não quero falar. mas falo.
"Não nego nada do que eu fiz, também não tenho arrependimentos ou mágoas: eu não poderia ter agido de outra maneira - mesmo em relação a você - levando em conta o quanto eu estava confuso naquela época."
Caio F.
Caio F.
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